Contextile une Cidade Berço

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    A Contextile - Bienal de Arte Têxtil Contemporânea regressou a Guimarães para a sua 3ª edição. Caso único em Portugal e na Península Ibérica, a iniciativa que leva o têxtil aos recantos culturais da cidade ocupa-se de espaços como o Centro Cultural Vila Flor, o Palacete Santiago, o Instituto de Design de Guimarães ou a Casa da Memória.
    Até ao dia 16 de outubro, Guimarães serve de palco a debates, exposições, residências artísticas, intervenções de arte pública, entre outras atividades.

    Nas duas primeiras edições da Contextile – Bienal de Arte Têxtil Contemporânea, artistas nacionais e estrangeiros foram convidados a olhar para a criação artística contemporânea através das teias e tramas do têxtil. A 3ª edição, a decorrer já desde o final de julho, renova o convite. «O acolhimento da bienal pelos vimaranenses, a grande adesão de diferentes públicos e, em particular, a participação criativa e entusiasta da comunidade artística legitima a realização de mais uma edição da Contextile», afirma a organização em comunicado.

    Partindo da sua matriz conceptual e artística – colocar o têxtil no contexto da arte contemporânea –, o programa de 2016 é eclético, apoiado num conjunto de atividades de dimensão internacional.

    Deste modo, até ao dia 16 de outubro, é possível visitar, por exemplo, a Exposição Satélite, no Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG). A mostra apresenta o trabalho de Ilda David em torno da produção de bordados que a artista vem realizando, tendo como mote central, mas não exclusivo, o universo literário de Maria Gabriela Llansol.

    No âmbito da bienal, as artistas Conceição Abreu e Isabel Quaresma desenvolveram um projeto específico em torno das temáticas do “território”, apresentado na galeria 1 e 2 do Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura (CAAA).

    Já na Casa da Memória podem ser conhecidas as exposições das artistas Elena Brebenel (Roménia), Inguna Levsa (Letónia) e Sandra Heffernan (Nova Zelândia), resultado de residências artísticas realizadas em junho e julho nas empresas têxteis Sampedro e MoreTextiles e no atelier da Oficina (bordadeiras). A Contextile propôs a estas artistas – selecionadas a partir de uma convocatória nacional e internacional que recebeu 43 candidaturas – uma residência, tendo como objetivo a criação e produção de obras artísticas a partir das técnicas de jacquard, estamparia e bordado. «Estas residências contribuem para a prossecução dos objetivos estratégicos da bienal: aproximar a Indústria Têxtil e o Bordado (de Guimarães) à arte têxtil contemporânea, possibilitando, aos artistas, novas experiências e novas abordagens criativas a partir das diferentes técnicas de manufaturação do têxtil», explica a organização.

    Entretanto, está patente no Centro Cultural Vila Flor: CCVF a Exposição Internacional.

    Trata-se de uma exposição inédita de arte têxtil contemporânea que integra 54 obras, de 51 artistas, selecionadas entre 732 propostas (de 544 artistas) por um júri internacional composto por Lala de Dios, artista têxtil e presidente da ETN (European Textile Network); Cláudia Melo, artista, programadora e convidada Contextile; Lívia Papai, artista e curadora; Paula Sá, diretora de galeria, e Paulo Leocádio, artista e diretor da EASG (Escola Superior Artística de Guimarães). Segundo a organização, a Exposição Internacional «é o retrato da criação de arte têxtil contemporânea no panorama artístico nacional e internacional», com obras provenientes de artistas dos quatro cantos do mundo, de países como Japão, Taiwan, Argentina, Brasil, Estados Unidos, Polónia, Inglaterra e Portugal, entre outros.

    No Palacete Santiago, “A Textile Memory: The Lausanne Biennials” apresenta mais de 25 obras de arte têxtil, de grande formato, originalmente apresentadas e criadas para as Bienais de Tapeçaria de Lausanne entre 1962 e 1995. Em parceria com a Fundação Toms Pauli (Lausanne, Suíça), a Contextile 2016 leva estas obras pertencentes à coleção de arte contemporânea daquela fundação suíça ao público em geral.

    Já o Instituto de Design de Guimarães recebe “Emergências”: Educação e Criação Artística Têxtil. A Contextile convidou escolas artísticas com disciplinas de técnicas têxteis, desafiando os alunos (e as escolas) para a criação e produção de trabalhos de arte têxtil, apresentados em forma de exposição e instalação.

    A exposição artística “Saudade”, da artista norte americana Cindy Steiler, ocupa a Sociedade Martins Sarmento, também até dia 16 de outubro. A mostra é o resultado de uma residência artística a partir do cruzamento da fotografia e das técnicas de estamparia e bordado.

     

    FONTE

    2016-10-11 14:58:22